A inflação entre os mais pobres atingiu no começo do ano maior patamar em oito meses. Após cair 0,03% em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1 (IPC-C1), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que mede evolução de preços em famílias com ganhos mensais de até 2,5 salários mínimos, subiu 0,5% em janeiro, maior taxa desde maio de 2017 (0,67%). O indicador acumula alta de 2,02% em 12 meses.

Reajustes em mensalidades escolares e alta sazonal de alimentos in natura levaram ao resultado, diz André Braz, economista da fundação. Mesmo com o avanço, acredita que o índice tem grande chance de voltar a desacelerar nos próximos meses. "Estes itens não devem pressionar tanto o índice em fevereiro", disse.

A inflação dos alimentos deve se posicionar este ano acima do observado no ano passado, avalia Braz. Ele lembrou que, em 2017, houve combinação de fatores favoráveis que não devem se repetir este ano, como a expressiva oferta de grãos. Como os alimentos têm maior peso no orçamento dos mais pobres, isso poderá provocar uma inflação nessa faixa acima da inflação média.

Fonte: Valor