NOSSA HISTÓRIA

Um grupo de abnegados companheiros fundou, em 1934, o Sindicato dos Marceneiros, Carpinteiros e Classes Anexas, posteriormente chamado Sindicato dos Oficiais Marceneiros de São Paulo. Foram eles: Miguel Notari, Monval Bonazzi, José Valone, Sílvio Zanferrari, Domingos Grecco, Antônio Gaudiano, Ernesto Caruso, Antônio Bontempo, José Gulhelmeti, Mário Labruna, Cornélio Ayres e Vicente Belone, que merecem nossas homenagens.

A fundação do Sindicato só foi possível após a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Foi um momento ímpar na história da classe operária brasileira, em que as Associações até então ilegais foram oficializadas, possibilitando a fundação de Sindicatos. Passava a viger a CLT e a estrutura sindical até hoje existente, baseada em Confederações, Federações e Sindicatos, regulada pelo Ministério e pela Justiça do Trabalho. Em 1935 o Ascenso democrático esmoreceu, após a tentativa da Aliança Nacional Libertadora de implantar um regime socialista no Brasil, no episódio que ficou conhecido como Intentona Comunista.

Em 1937 os Integralistas (camisas verdes), de tendência nazista, liderados por Plínio Salgado, tentaram derrubar Getúlio Vargas. O resultado foi a implantação de uma ditadura, com o nome de Estado Novo, que durou até 1945. Iniciou-se uma caça às bruxas. Como o Sindicato dos Marceneiros foi, é, e sempre será um Sindicato de vanguarda, teve um membro do seu Conselho Fiscal cassado, o companheiro Salvador Rodrigues. Com o fim da ditadura em 1945, o movimento Sindical e operário ressurgiu e os Partidos de esquerda voltaram à legalidade. O Partido Comunista Brasileiro elegeu uma grande bancada na Câmara Federal: 12 deputados e o Senador da República mais votado, Luiz Carlos Prestes.
 

A partir de 1947, com a eleição de uma nova diretoria, onde havia uma grande participação de grupos anarquistas, ou seja, como o Sindicato dos Oficiais Marceneiros de São Paulo tinha uma grande influência de imigrantes europeus, era normal que membros da categoria tivessem um pensamento anarquista como ideologia. 

Havia também grupos comunistas, que influenciou bastante a ação do Sindicato, coisa que faz até hoje. Os comunistas nunca saíram do Sindicato. Esse então foi o segundo ciclo, de 1947 até 1952, quando foi eleito presidente do Sindicato o companheiro Salvador Rodrigues, mas o governo não permitiu a posse dele. Para isso, ele teve que entrar na justiça por mais de um ano para só então assumir em 1953.
 

De 1953 até 1964 foi um período muito rico. O presidente da época, Salvador Rodrigues, liderou muitas greves, lutas, criou comissões, o Sindicato organizou-se nas fábricas, sendo um período bem atuante da categoria.

Em 1953, iniciou-se uma grande greve geral de vanguarda em São Paulo, tendo à frente cinco Sindicatos: Metalúrgicos de São Paulo, Têxteis, Bancários, Vidreiros e Marceneiros. A greve se ampliou e novos Sindicatos a engrossaram.  A mobilização durou 33 dias, sendo 24 dias para a conquista das reivindicações e nove dias para a libertação dos nove presos.
 

Em 30 de março de 1964, o Brasil entrara numa época mais triste e difícil de sua história, começava ali o que ficou conhecido como ditadura militar. No mesmo ano, tivemos outra intervenção que destituiu a diretoria e o presidente Salvador Rodrigues, onde tivemos vários companheiros presos e perseguidos que tiveram que viver na clandestinidade.

Em 1965, os trabalhadores (as) retornaram ao Sindicato fazendo uma chapa encabeçada pelo companheiro chamado de Zico, já os interventores fizeram outra chapa. Os trabalhadores (as) venceram as eleições, mas 1966, Zico teve de renunciar por problemas internos, passando o cargo para Antônio Di Chiachio.

 

FORTALEZA DA SÉ

Nos anos de chumbo, em plena ditadura militar, o Sindicato era conhecido como a “Fortaleza da Sé”, devido a sua localização no centro da cidade e principalmente pelas lutas, assembleias e outras mobilizações dos trabalhadores (as) que aconteciam lá. Ocorreram várias manifestações do Sindicato na Rua Florência de Abreu, onde não só a nossa, mas várias categorias protestavam.

Durante boa parte do regime ditatorial, o presidente ainda era Antônio Di Chiachio, mas em 1975, deixou a presidência do Sindicato, assumindo então por Nelson Gonçalves.

O ex-presidente do Sindicato dos Oficiais Marceneiros de São Paulo, Nelson Gonçalves, foi presidente até 1981, quando a entidade começou um novo ciclo histórico. Segundo o ex-presidente e companheiro Joel Alves de Oliveira, esse ciclo é justamente o que estamos hoje.

Em 1981, Joel Alves de Oliveira assumiu a presidência do Sindicato pela Chapa 2 “Unidos para Vencer”, e posteriormente, o atual presidente Antônio Lopes de Carvalho deu sequência ao seu trabalho.
 

CRIAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO

Joel tinha chegado à conclusão de que, naquela época, com aproximadamente 50 mil trabalhadores na base, 23 diretores não dariam conta de suprir todas as demanda de reivindicações desses trabalhadores. Para isso, foi criado o Conselho Consultivo, que dava mais força aos diretores, pois contava primeiramente com mais 58 membros, e posteriormente, indo nas fábricas, foram eleitos mais trabalhadores para darem auxílio na diretoria do Sindicato e do próprio Conselho Construtivo. Resultado, com a diretoria, o conselho construtivo os mais de 400 delegados sindicais trabalhando juntos, o Sindicato ampliou seu poder de fogo e obteve forças para realizar inúmeras greves, reivindicações, e claro, conquistar mais resultados positivos para a categoria.
 

ATUAÇÃO INTERNACIONAL DO SINDICATO

Após uma conferência sobre a dívida externa em Cuba em 1985, o Sindicato ganhou espaço na atuação internacional, pois nesse encontro, o companheiro Joel começou a manter com líderes sindicais de diversos países. Essas relações internacionais foram de extrema importância para a formação política da categoria. Entre os países que o sindicato obteve ligações diretas se destacam a U.R.S.S (antiga União Soviética) e toda a América Latina.
 

INÍCIO DO MANDATO DE ANTONIO LOPES DE CARVALHO

De 1990 a 1996, Joel Alves de Oliveira precisou sair do Sindicato para cumprir tarefas políticas na Feticom-SP, chegando à presidência em 1996. Afastou-se por duas vezes. De 1990 a 1992 e depois de 1992 a 1996, quando passou o cargo a seu vice-Antonio Lopes de Carvalho que se mantém como presidente até hoje. De lá para cá, Antonio Lopes de Carvalho tem dado continuidade nas ações do Sindicato, ampliando a participação do Sindicato em termos nacionais e internacionais.

Os marceneiros primam por seu conhecimento internacional, mantendo intercâmbios profissionais com entidades sindicais de diversas regiões do planeta. Seus dirigentes, historicamente, destacam-se nesse cenário com grande desenvoltura e visão solidária, entendendo que os problemas dos trabalhadores (as) acontecem em todo mundo, se tornando um luta internacional.
 

Tendo em vista que o sistema capitalista se desloca de acorda com o seus interesses, explorando da mesma forma todos os operários. Chegamos a ocupar cargos em entidades sindicais regionais como dirigentes da Federação da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo.

Lá, conseguimos chegar à presidência com Joel Alves de Oliveira de 1996 a 1999 e com outros dirigentes ocupando também o cargo na mesma federação. O Sindicato também conquistou importantes cargos na Contricom (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário), na UITBB (União Internacional de Sindicatos dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Materiais de Construção), na Flemacon (Federação Latino-Americana da Construção, Madeira e Materiais da Construção).

Mantemos relações com entidades nacionais do sul ao norte do país, algumas utilizam das experiências e forma de luta dos marceneiros de São Paulo como exemplo, tentando adaptá-las em sua base. 
 O Sindicato dos Oficiais Marceneiros de São Paulo é hoje um exemplo de luta e de conquistas de diversas categorias do Brasil e de boa parte do mundo devido ao seu respaldo.


UNIDOS PARA VENCER SEMPRE!!!