Em entrevista ao Portal Vermelho, Grazielle Custódio David, especialista em Orçamento Público e assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), afirmou que os mais ricos, que recebem por lucros e dividendos, pagam o que se aproxima de 6% de Imposto de Renda. Por outro lado, os trabalhadores são os mais penalizados.
“Olha a situação: um grupo, que é a classe média, paga 27,5% de IR. E quem ganha muito mais que este grupo paga muitas vezes só 6%, porque existe a isenção de cobrança do Imposto de Renda sobre lucros e dividendos”, lamentou Grazielle. O cálculo do Imposto de Renda sobre as rendas do trabalho seguem as alíquotas de uma tabela progressiva com quatro tipos de incidência (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%). “Quem recebe 500 mil de salário paga 27,5% de imposto e quem recebe R$ 4.700,00 também paga 27,5% de imposto”, comparou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Para ele, somando todas as taxas e descontos de um trabalhador na última faixa salarial, que ganha R$ 4.664,69, pode-se chegar até 40% do salário. “O trabalhador é sobretaxado contribui com INSS, com FGTS e ainda tem o Imposto de Renda quando soma vai ver que a subtração salarial é enorme”, analisou.
Na opinião de Adilson, a correção da tabela do Imposto de Renda pela inflação evitaria distorções. “Porque o governo é áspero com quem recebe pouco e condescendente com quem recebe muito. Além de corrigir a tabela do IR devemos insistir na taxação de grandes fortunas”, disse.
Fonte: Portal O Vermelho
Fonte: Portal O Vermelho