A eleição do novo presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem repercutido não só nos ambientes tradicionais da política institucional, mas também entre os movimentos populares, que veem a nova gestão como uma continuidade da matriz ideológica conservadora que domina o Legislativo federal.
Apesar de o resultado do pleito assinalar que a Câmara tenta se descolar da figura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – Maia ganhou do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), representante do chamado “centrão”, mais diretamente associado ao peemedebista –, a chegada do democrata à presidência da Casa mantém a preocupação dos grupos de esquerda.
Na primeira entrevista concedida após a posse, na madrugada de quinta-feira (14/07), Maia afirmou que, se preciso, tomará medidas impopulares, “pelo bem do país”.
Entre as discussões que considera “urgentes”, ele listou o teto dos gastos públicos, a PEC dos precatórios, a renegociação da dívida dos estados, a reforma da Previdência, e o projeto de lei que abre a exploração do pré-sal para as multinacionais, apontada como uma pauta orgânica da cartilha neoliberal.
Na visão das forças de esquerda, a chegada do democrata ao poder resulta da trilha conservadora que a Câmara vinha sedimentando desde a gestão de Cunha. O cenário apontaria para uma manutenção das ameaças aos trabalhadores, às minorias e aos interesses nacionais.