A partir do dia 23 de maio do corrente ano, o país foi sacudido por uma onda de paralisações dos caminhoneiros, nunca vista na em nossa história recente.
O movimento envolveu desde as grandes transportadoras que operam em território nacional, que são proprietárias de vários caminhões de transportes de mercadorias, até os chamados caminhoneiros autônomos, que são donos do seu caminhão particular, utilizado para transportar produtos de diversas espécies.
Também participaram das paralisações os caminhoneiros que são empregados das transportadoras, e que foram levados a aderir ao movimento por determinação dos seus empregadores.
As reivindicações que motivaram a chamada “greve dos caminhoneiros” eram muito variadas, indo desde o pedido para que o frete do transporte de mercadorias fosse tabelado, até a isenção do pedágio nas estradas federais e estaduais, para os caminhões que circulassem sem carga e com eixos suspensos.
Entretanto, a principal reivindicação do movimento consistiu na redução do preço do óleo diesel, combustível utilizado para a locomoção dos caminhões, e que aumentou em 60% (sessenta por cento) nos últimos 12 (doze) meses.
Este aumento abusivo foi causada pela política entreguista adotada pelo governo golpista do Sr. Michel Temer, que vincula o preço de todos os combustíveis – óleo diesel, gasolina, gás de cozinha, dentre outros – à variação do preço do barril de petróleo no mercado internacional, assim como ao preço do dólar.
Ou seja, toda vez que o barril de petróleo ou o preço do dólar aumentar, este aumento será, automaticamente, repassado para os consumidores brasileiros, que, como todos nós sabemos, tem os seus salários reajustados uma única vez ao ano e às vezes nem uma vez por ano.
É óbvio que esta política é insustentável, trazendo enormes prejuízos para as transportadoras e os caminhoneiros autônomos, assim como para toda a população brasileira.
O que pretende o governo golpista com a adoção desta política de reajuste de preços é demonstrar para os grandes investidores internacionais – norte americanos, chineses e europeus, que a PETROBRÁS pode ser uma empresa lucrativa, e, que, portanto, será um bom investimento para quem pretenda adquirir as suas ações.
Em uma palavra, o governo golpista pretende entregar o controle da PETROBRÁS ao capital estrangeiro, se desfazendo do comando de uma empresa que é um patrimônio de todo o povo brasileiro.
A greve dos caminhoneiros foi, em grande parte, vitoriosa, conseguindo barrar, ainda que, temporariamente, esta política de reajuste automático dos preços dos combustíveis. Vale dizer, obrigou o governo federal a rebaixar em R$0,46(quarenta e seis centavos) o preço do litro do óleo diesel na bomba, que estará congelado pelos próximos 60(sessenta) dias.
O principal executor desta política, o ex-presidente da Petrobrás, Sr. Pedro Parente, pediu demissão, contudo, outro presidente foi nomeado para substituí-lo, e promete dar seguimento à política de reajuste de preços vinculado ao preço internacional do barril do petróleo e à variação do dólar.
É imperativo, portanto, que toda a sociedade brasileira, e, não apenas, os caminhoneiros, some esforços para obrigar o governo federal a sepultar esta política de reajuste, e preservar a PETROBRAS como uma empresa pública de capital nacional, que se volte, não apenas, para a obtenção de lucros, mas, também, que continua a colocar dentre as suas prioridades, os interesses da população de nosso país.
Por: Dr. Magnus Farkatt
Foto: Site divulgação