O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) medido pela Fundação recuou 2,5 pontos em maio, na comparação com abril, para 101,1 pontos, a terceira queda consecutiva do índice que reúne sondagens com indústrias, empresas de serviços e consumidores.

Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) da FGV aumentou 2,3 pontos na passagem de abril para maio, chegando a 96,5 pontos.

Desta forma, o dado, que mede a percepção dos consumidores sobre a situação atual do mercado de trabalho, devolveu a queda de dois pontos verificada no mês anterior.

Para Itaiguara Bezerra, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), os números mais fracos da atividade econômica provocaram revisões para baixo nas expectativas para a economia. Segundo ele, isso afetou a percepção de empresários e consumidores e influenciou os indicadores.

Ele lembrou que as sondagens usadas para compor os indicadores de mercado de trabalho foram realizados até o dia 23 de maio. Desta forma, pouco captaram o sentimento provocado pela greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21 do mês.

"A greve gerou interrupção em cadeias de produção como automóveis, o que afeta tanto a necessidade quanto a confiança de empresários para contratar",, disse o pesquisador do Ibre-FGV. "A greve deve afetar a percepção sobre o mercado de trabalho no indicador de junho, com tendência de queda nos dados", concluiu Bezerra.

Apesar dos resultados negativos, ele considera cedo para afirmar que a taxa de desemprego deve interromper sua lenta recuperação nos próximos meses.

No trimestre móvel encerrado em abril, a taxa de desemprego nacional medida pelo IBGE foi de 12,9%, acima da verificada no trimestre móvel encerrado em janeiro deste ano (12,2%).

"A fundação e o mercado estão vendo que os índices de atividades devem cair por causa da greve, mas não posso afirmar isso para o emprego", disse o pesquisador.

Fonte: Valor